segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tecnologia e Responsabilidade em alto mar


A notícia que estamos ouvindo nos últimos dias é referente ao vazamento de petróleo na costa litorânea do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu na terça-feira da semana passada em um dos poços do Campo de Frade, a 370 km do litoral do Rio de Janeiro, a uma profundidade aproximada de 1,2 mil m. A Chevron Brasil iniciou as operações de fechamento do poço no domingo passado, quando recebeu aprovação da ANP - Agência Nacional de Petróleo. De acordo com a previsão inicial da Chevron, o volume de óleo era de 400 a 650 barris e a mancha, localizada a cerca de 120 km do litoral, se afasta da costa em direção sudeste.

Olha do desespero desse pássaro
É sabido que o Brasil possui muita tecnologia para esse tipo de procedimento e que até mesmo empresas estrangeiras que atuam nesse mercado estão querendo fazer benchmarking a tecnologia detidas pelas empresas brasileiras de exploração offshore em águas profundas e ultraprofundas. E mesmo com toda essa tecnologia temos visto cenas nada animadoras para no nosso meio ambiente. É de cortar o coração ver inocentes animais cobertos de óleo, morrendo se nada poder fazer para se proteger. Nós estamos invadindo o espaço deles. Nós estamos devastado florestas, poluindo mares e contribuindo para o degelo dos pólos. Em janeiro de 2000, na Baía de Guanabara, um duto se rompeu e lançou ao mar mais de um milhão de litros de petróleo, afetando vários quilômetros do manguezal e provocando a morte de vários animais.

O Greenpeace já levantou a bandeira em frente ao prédio dos escritórios da empresa Chevron com banners que diziam "Chevron: sua sujeira, nosso problema". A Chevron informou que o vazamento foi de 650 barris, mas a Agência Nacional de Petróleo estima que o volume possa ser cinco vezes maior que o divulgado pela empresa. Por outro lado, uma ONG americana afirma que o total pode ser 23 vezes maior que o contabilizado pela Chevron. O Greenpeace lembra que o vazamento espalhou óleo por uma área que serve de rota migratória para uma longa lista de espécies de baleias - bryce, piloto, minke-anil, cachalote, francas e jubartes.

A Justiça do Equador já havia multado, em Fevereiro de 2011, a gigante petrolífera americana Chevron em supostos US$ 8 bilhões (R$ 13 bilhões) pela poluição de uma área da floresta amazônica equatoriana. A Texaco, que se fundiu com a Chevron em 2001, é acusada de ter derramado 68 bilhões de litros de materiais tóxicos em fossas e rios amazônicos no norte do Equador entre 1972 e 1992. Será que multá-la novamente será necessário ? Quantos outros vazamentos acontecerão ? A nossa torcida é que não aconteça mais nenhum, mas a nossa indignação vai ficar estampadas para sempre nos milhares de animais cobertos de óleo.

Será que a Chevron vê essas imagens ?

Não tem como não se sensibilizar


Até breve com mais um Tecnologia em Foco
Sérgio Rodrigo de Abreu

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