Dentre os novos fenômenos da internet, não poderíamos
deixar de analisar outra vertente de negócios baseada especialmente na capacidade
agregadora das redes sociais, o chamado “financiamento coletivo de projetos” ou
crowdsource funding (crowdfunding). O crowdfunding – financiamento colaborativo de projetos – é um novo modelo de captação de recursos pela
internet e que já se tornou uma fonte sólida de captação de recursos para projetos
de pequeno a grande porte.
De
forma bem simples, é o termo para usar quando a gente fala de iniciativas de financiamento colaborativas.
Traduzindo para o português seria algo como “financiamento pela multidão”. A ideia
é que várias pessoas contribuam, com pequenas quantias, de maneira colaborativa,
a viabilizar uma ideia, um negócio, um projeto. O que mais chama a atenção no sistema de crowdfunding
é justamente a capacidade agregadora que esses sites possuem, em sua maioria apoiados
na força das redes sociais, de modo que, para financiar um projeto coletivo, canalizam
dinheiro de terceiros “desconhecidos” para um fim comum e, ao final, quando atingem
o objetivo, recebem um percentual sobre o sucesso do projeto, além de vê-lo viabilizado.
Crowdfunding forçado
Tem um interessante exemplo de crowdfunding que eu,
você, quase todo mundo, já participa há muito tempo: pagando nossos queridos impostos. O que mais seriam os tributos do que várias pessoas
contribuindo com parte da sua renda para financiar os gastos e os investimentos
do governo? Só que nesse caso é um colaborativo obrigado, forçado.
Crowdfunding humanitário
O crowdfunding também
pode ser usado para apoiar causas humanitárias,
como é o caso das vítimas das chuvas onde as pessoas podem contribuir através do
site da LET’S - www.lets.bt.
O site LET’S - www.lets.bt - tem parceria com o Centro de Capacitação
e Pesquisas em Projetos Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) -
www.ufmg.br
e foi idealizado com o objetivo de financiar colaborativamente projetos sociais,
ambientais, educacionais, esportivos e culturais.
Crowdfunding cultural
No começo
de 2009, Emyle James começou a filmar as manifestações realizadas por ativistas
ambientais ao redor do Reino Unido, documentando um ano de ações, começando em uma
reunião do G-20 em Londres. Com mais de 300 horas gravadas, Emily precisava financiar
a pós-produção de seu filme de 75 minutos, ou seja, precisava de £20,000. Para levantar
esse dinheiro, resolveu criar um site e apostar no crowdfunding! O objetivo
era arrecadar em 20 dias, 20 mil libras, e para isso criaram diferentes faixas de
incentivos. Por exemplo, quem incentivasse com £10 receberia uma link para download
do filme antes de ser lançado, quem contribuísse com £75 ganharia uma cópia do DVD
e 2 ingressos para ver o filme no cinema, entre outros. A ação gerou muita repercussão
na mídia. Emily foi entrevistada por jornais como o The Guardian e juntamente com o boca a boca
gerado nas mídias sociais – feito tanto pelos idealizadores quanto pelas pessoas
que incentivaram o projeto – fez com o objetivo fosse alcançado e superado: £21,400!
Aqui
em BH está sendo veiculado, na internet um vídeo em resposta ao vídeo de
justificativa da Câmera dos Vereadores sobre o aumento de 61% no salário dos vereadores.
O pedido de reajusto ainda está nas mãos do prefeito Márcio Lacerda, podendo
vetá-lo ou não. Caso o prefeito não vete o projeto de reajuste, a próxima ação dos
criadores do vídeo-resposta será arrecadar de R$ 1 a R$ 3 da população, por
meio do site Crowd Funding, para levantar verba e
veicular esse vídeo em tv aberta. O objetivo não é apenas ir
contra o veto, mas sim fazer com que pessoas que não têm acesso à internet se
informem contra os absurdos na Câmara.
Até breve com mais um Tecnologia
em Foco
Sérgio Rodrigo de Abreu
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