segunda-feira, 23 de julho de 2012

Etiqueta na era digital


Especialistas advertem para os vícios de conduta que o uso errado da tecnologia pode gerar e que fazem da vida em sociedade um verdadeiro desafio

Estamos em plena era digital, e junto com as praticidades geradas pela tecnologia, temos as famosas gafes, ou seja, ocasiões em que as lições de etiqueta são esquecidas. Falar em voz alta ao celular e tecer comentários maldosos na rede social são alguns exemplos de situações que deixam qualquer um mal visto por quem está em volta.

O assunto é tão sério que a escritora e consultora em moda Claudia Matarazzo, que já havia lançado Net.com.classe, em 1999, na segunda edição do seu Etiqueta sem Frescura, trouxe dicas de comportamento sobre uso de aparelhos eletrônicos. “O mundo viveu milênios sem o telefone celular, e tudo sempre acabou se arranjando. É difícil saber até que ponto vai a necessidade e quando começa o esnobismo”, diz em um trecho do livro.

Ela fala também sobre os erros comuns que são cometidos na internet, principalmente nas redes sociais, como o Facebook, que possui mais de 51 milhões de brasileiros. Neste caso, a conduta errônea, de acordo com o texto, se deve à sensação de liberdade que esse meio fornece, mas que não condiz com a realidade. Para a escritora, as regras do cotidiano valem tanto para a vida real quanto para a virtual.

As dicas de etiqueta não devem ser entendidas como normas rígidas, tal qual uma academia militar. Como diz Eduardo Carvalho, instrutor do curso de imagem pessoal do Senac-MG, basta imaginar que existe um espaço de 3 metros à nossa volta, onde termina nosso direito e começa o do próximo.

O que vale é o bom senso, sempre e na maioria das situações. “A etiqueta traça o que chamamos de mapa social. As pessoas estudam, fazem boas faculdades, acham um bom emprego, mas agem como se ainda tivessem 16 anos. Isso se deve à contaminação social no ambiente em que vivem, incluindo o familiar”, explica.

Os dois grandes desvios de conduta da atualidade, para o instrutor do Senac-MG, são escrever tudo o que se quer na internet e a ditadura do celular. Este, aliás, seria o grande vilão do mau comportamento: “Digo que o telefone é um tirano. Exige ser atendido onde quer se esteja. Neste caso, a pessoa passa a ocupar o espaço do outro. Num restaurante, hoje, não se consegue ter sossego, de tanto barulho”. Já sobre o comportamento na rede mundial de computadores, tal qual Claudia Matarazzo, Eduardo Carvalho explica que as pessoas devem se lembrar que uma rede social, apesar de aceitar qualquer tipo de informação, é um ambiente público e monitorado.

Em busca de um ambiente mais sadio, sigas as dicas dos especialistas, que mostram como a modernidade não pode ser um problema para a vida em sociedade. Ao contrário, deve ser entendida como nesta frase do arquiteto suíço Max Frisch: “Tecnologia é a habilidade de organizar o mundo de forma que não tenhamos que senti-lo”.


Até breve com mais um Tecnologia em Foco
Sérgio Rodrigo de Abreu

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