segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tecnologia no futebol - Parte 1


Recentemente a FIFA deu o braço a torcer e aprovou o uso da tecnologia para saber se o gol foi legítimo.

Tirando as chuteiras super modernas e o uniforme, o futebol talvez seja um dos esportes menos tecnológicos da atualidade. Em campo, hoje se usa, no máximo, um comunicador entre árbitro e auxiliares; nada além disso. Mas depois de muitos erros e polêmicas, recentemente a FIFA deu o braço a torcer e aprovou o uso da tecnologia pelo menos em uma situação – e não por acaso, a principal do futebol... o GOL!

"Nós, FIFA, decidimos usar o sistema no Mundial Interclubes, em dezembro, em Tokio. E, se funcionar, também na Copa das Confederação, em 2013, e na Copa do Mundo de 2014”, diz Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.

A decisão já era esperada! Em seu twitter, o conservador Joseph Blatter, presidente da Fifa, classificou o uso da tecnologia como uma “necessidade” após este polêmico lance na Eurocopa deste ano. A declaração veio quando este gol legítimo da Ucrânia não foi validado. O erro da arbitragem resultou na desclassificação dos ucranianos, que perderam por um a zero para a Inglaterra.

Claro, esta não foi a primeira vez que isso aconteceu. Erros como este marcam a história do futebol. E, apesar disso, foram muitos anos para uma decisão como esta ser tomada. Enquanto outros esportes abusam da tecnologia para que os juízes tenham decisões cada vez mais justas, o futebol era totalmente avesso à ideia. Na esgrima, por exemplo, um árbitro acompanha toda a luta em vídeo, e ainda pode rever os ataques em câmera lenta antes de tomar uma decisão. No tênis, o famoso “Olho do Falcão” não deixa margens para dúvidas se a bola foi dentro ou fora.

No caso do futebol, dois sistemas foram aprovados para testes. O primeiro é o “Olho do Falcão”. Com câmeras localizadas em pontos estratégicos para registrar toda a trajetória da bola – idêntico ao que já é usado nas partidas de tênis. Mas o que tem mais chances de ganhar os campos é mesmo o chip implantado na bola. Usando radiofrequência, sensores colocados nas traves e na linha do gol indicam instantaneamente se a bola entrou ou não. O juiz recebe a informação em tempo real em um relógio especial.

A decisão da Fifa ainda divide opiniões. Nós fomos conversar com um grande ídolo canarinho, que ao lado do Rei Pelé, conquistou o tricampeonato mundial para o Brasil na Copa de 70; o dono de uma das canhotas mais potentes da história: Roberto Rivellino.

"Acho que o futebol está muito corrido. E a comunicação [via fone de ouvido] é muito legal, mas o juiz tem que confiar o bandeirinha, porque hoje ele pode até avisar o juiz de um pênalti e não só comunica um impedimento", comenta Rivelino. "Nesse lance específico pra ver se a bola entrou eu acho legal ter uma tecnologia. Mesmo se fosse contra mim que fosse usado, eu tenho que reconhecer que a bola entrou e não há o que fazer", completa.

Apesar de concordar com o chip na bola, Rivellino acha que tecnologia demais pode apagar um pouco a magia do futebol, um esporte que mexe com a paixão e emoção do mundo todo.

"Você não pode parar pra ver se foi pênalti ou não. Parar o jogo para ver isso, acho que não dá. Você não pode tirar a polêmica do erro, do juiz, do bandeirinha, porque faz parte do futebol. Se tudo usar tecnologia não precisa nem de juiz", diz. 

Talvez seja por isso que a Fifa, a entidade máxima do futebol, tenha demorado tanto para tomar esta decisão. Uma coisa é certa, a tecnologia ajuda o esporte a ser mais justo. Mas, para muitos amantes da bola, o risco é o esporte perder parte do encanto que os erros humanos trazem.

E você, o que acha desta decisão? Você é a favor ou contra o uso da tecnologia em campo? Já tem gente falando em até canhões de laser para marcações de impedimento. Será?




Fonte: OlharDigital

Até breve com mais um Tecnologia em Foco
Sérgio Rodrigo de Abreu

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